A Polícia Civil e a Receita do Distrito Federal deflagraram nesta terça-feira (21) a Operação Makeup, que investiga um esquema de sonegação de mais de R$ 21,6 milhões em ICMS no setor de cosméticos. Empresários e contadores são suspeitos de criar empresas de maquiagem em série para driblar o fisco.
De acordo com as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 250 milhões entre 2019 e 2025, utilizando dezenas de CNPJs abertos e fechados em sequência, sempre com a mesma estrutura comercial. As empresas eram registradas em nomes de familiares e pessoas próximas, mantendo a mesma identidade visual e padrão de atendimento — mas trocando a razão social e o titular toda vez que as dívidas se acumulavam.
As antigas empresas eram transferidas para endereços falsos e coworkings, dificultando a fiscalização. A prática permitia que os envolvidos continuassem operando no mesmo ponto comercial, sem quitar os tributos devidos.
Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Vicente Pires, Ceilândia, Águas Claras, Sudoeste, Taguatinga e Park Way. A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens e valores dos investigados até o limite das dívidas.
As autoridades também encontraram carros de luxo, imóveis de alto padrão e dinheiro em espécie escondido em residências. Os bens estavam registrados em nome de terceiros, o que indica tentativa de esvaziamento patrimonial e lavagem de dinheiro.
Os suspeitos podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsidade ideológica — crimes que, somados, podem resultar em penas de até 26 anos de prisão.
O nome da operação, Makeup, faz referência aos produtos comercializados pelas empresas investigadas.





