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Mesmo inelegível, Arruda volta ao centro do debate político no DF

Mesmo condenado e impedido pela Lei da Ficha Limpa, ex-governador continua influente e alimenta especulações sobre seu papel nas eleições de 2026

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O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, voltou ao centro do debate político após aliados sugerirem que ele poderia se lançar como pré-candidato ao governo do DF em 2026. A possibilidade, no entanto, esbarra em um ponto fundamental: Arruda está inelegível. A situação jurídica do ex-governador é considerada uma das mais complexas entre figuras públicas ainda influentes na capital federal.

Em outubro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve, por unanimidade, a condenação de Arruda por improbidade administrativa. A decisão reforçou que o ex-governador se enquadra nos critérios da Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados. Com isso, ele permanece impedido de disputar eleições.

A defesa de Arruda alegava que a anulação de uma gravação usada como prova em um dos processos da Operação Caixa de Pandora configuraria um “fato superveniente” capaz de reverter sua inelegibilidade. Entretanto, o STJ descartou o argumento, afirmando que a condenação não se baseou apenas no vídeo, mas em um conjunto robusto de provas documentais, depoimentos e auditorias.

Mesmo inelegível, Arruda continua sendo um nome de forte apelo eleitoral no DF. Aliados acreditam que sua inclusão como pré-candidato poderia reorganizar blocos políticos e fortalecer grupos conservadores. Nos bastidores, há quem aposte em uma eventual mudança no entendimento jurídico ou em uma decisão futura favorável, embora especialistas em Direito Eleitoral considerem improvável que isso ocorra a tempo das eleições de 2026.

Segundo analistas, o máximo que Arruda pode fazer no cenário atual é atuar politicamente como cabo eleitoral, articulador ou apoiador de outro nome. Só poderia se lançar oficialmente candidato caso conseguisse suspender ou reverter suas condenações, o que até o momento não ocorreu.

Além da decisão recente do STJ, Arruda acumula outras condenações por atos de improbidade, o que reforça as barreiras jurídicas. Essas decisões, somadas, tornam ainda mais difícil uma reabilitação eleitoral no curto prazo.

Enquanto isso, o ambiente político do Distrito Federal segue atento. A simples possibilidade de Arruda aparecer no tabuleiro eleitoral movimenta partidos, redes de apoio e adversários, especialmente em um cenário de disputa polarizada. O ex-governador, embora impedido de concorrer, mantém influência e segue ativo nos bastidores, articulando apoios e fortalecendo grupos que desejam seu retorno à cena pública.

No momento, juridicamente, Arruda não pode ser candidato. Mas politicamente, continua sendo um ator relevante — e essa combinação mantém viva a discussão sobre seu papel nas eleições de 2026.

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