O Ministério da Saúde confirmou 47 casos de intoxicação por metanol no Brasil até esta segunda-feira (20). Outros 57 casos estão em investigação, segundo balanço atualizado pela pasta. As ocorrências estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, e o governo montou uma força-tarefa para ampliar a capacidade de diagnóstico e atendimento.
De acordo com o levantamento, os casos confirmados se concentram em quatro estados:
- São Paulo: 38 casos confirmados
- Paraná: 5
- Pernambuco: 3
- Rio Grande do Sul: 1
Ao todo, o país soma seis mortes confirmadas — sendo quatro em São Paulo, uma em Pernambuco e uma no Paraná. Outras sete mortes ainda estão sob análise em estados como Paraíba, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o governo trabalha para agilizar as confirmações dos casos e ampliar o suporte técnico aos estados.
“Uma das ações é apoiar o estado de São Paulo para confirmar ou descartar casos com mais rapidez. Estamos ampliando a rede de laboratórios e fortalecendo a estrutura de resposta”, disse Padilha.
Entre as medidas anunciadas está o reforço da rede de laboratórios de referência. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp passa a integrar a rede nacional e terá capacidade para realizar até 190 exames por dia. A Fiocruz também disponibilizou sua estrutura para auxiliar na análise de amostras.
Além disso, o ministério confirmou a chegada de um lote do medicamento fomepizol, antídoto usado para bloquear os efeitos tóxicos do metanol no organismo. O produto será distribuído a centros de toxicologia em todo o país ainda nesta semana.
A pasta e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgaram novas orientações aos profissionais de saúde para identificação e tratamento rápido dos casos. Entre as recomendações estão:
- reconhecer precocemente os sintomas de intoxicação;
- administrar etanol ou fomepizol como antídoto;
- encaminhar casos graves para UTI;
- notificar imediatamente as autoridades de saúde.
O governo espera transformar a atual estrutura emergencial em uma rede permanente para monitorar e combater casos de intoxicação química no país.





